Wednesday, March 07, 2007

Desde há.......................................................................

Perguntaram-me um dia, mas há quanto tempo estão juntos?
Não soube responder de imediato, porque desconheço totalmente uma data ao certo, desde o nosso primeiro sorriso, olhar… desde a primeira correspondência… Bastou um toque, bastaram as palavras perfeitas, e olhares fortes, carregados de emoções para que este se tornasse o contacto mais intimo e marcante que alguma vez já tive! Pensei uns minutos no que poderia responder… Pensei, pensei… ramifiquei demais os pensamentos, já nem sabia qual a semente que colocava a questão… perdi o limite todo da situação...

E respondi com toda a respiração que tinha contida:
...não quero marcar data nenhuma, porque ao marcar uma data eu limito. Fui aprendendo do quanto os limites empobrecem-nos. Não sinto limite algum naquilo que me abstrai da realidade mundana… eu escrevo sem limites, eu penso sem limites, riu-me sem limites, canto sem limites… eu vivo sem limite algum! Eu conheço-o desde há infinitas estações… foram nascendo todos os dias flores, e tombando levemente folhas secas na terra escura e húmida. Decompuseram-se pétalas, secaram-se cores… Espreitaram novos tons dispersos pela melodia da chuva, cantaram orvalhos e relvados… conhecemo-nos sem limites. E por isso, somos eternos!

Rita Couto, Março 2007