...
Se eu olhei para ti assim,
foi porque soube que o tempo era limitado demais.
E poucas nevadas,
poucas luas,
poucas marés,
que foram minhas, foram para te mostrar uma coisa:
o meu olhar, encontrou um só destino,
o teu olhar.
Agora que já morri, apenas uma coisa me sobreviveu:
o teu olhar.
O tempo foi efémero e uma vida não chegou para ser o teu olhar.
Por isso ainda hoje o tenho em meu sabor.
Ainda hoje,
fragmentada nos pedaços da terra escura,
durmo no contorno do teu olho.
E cada grão de areia, picoteia a tua iris.
Na colmeia das abelhas,
saboreio o mel do interior do teu olho.
Vivo a escuridão constante da tua pupila.
No trovão relampejado, estilhaço-me como o brilho do teu olhar.
E aqui no topo, sempre que vejo a terra redonda,
só consigo ver o circulo do teu olho.
Ainda hoje eu sei que, um dia, serei o teu olhar.
26/11/06
Por isso ainda hoje o tenho em meu sabor.
Ainda hoje,
fragmentada nos pedaços da terra escura,
durmo no contorno do teu olho.
E cada grão de areia, picoteia a tua iris.
Na colmeia das abelhas,
saboreio o mel do interior do teu olho.
Vivo a escuridão constante da tua pupila.
No trovão relampejado, estilhaço-me como o brilho do teu olhar.
E aqui no topo, sempre que vejo a terra redonda,
só consigo ver o circulo do teu olho.
Ainda hoje eu sei que, um dia, serei o teu olhar.
26/11/06
Fotografia de André Ventura...=)
lol